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Por incrível que pareça, o dengue mata menos do que a gripe, segundo as estatísticas. E, no entanto, assusta bem mais. Muito se deve ao verdadeiro boom de notícias que cercam a epidemia. E, de fato, isso tem razão de ser. Afinal, o inseto transmissor contamina cerca de 100 milhões de pessoas a cada ano, matando 24 mil delas em todo o mundo. É isso mesmo: trata-se de um problema mundial, já que o Aedes aegypti marca presença nas regiões tropicais.
A Venezuela, por exemplo, já enfrentou uma epidemia de dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença. E já há registros do mal até no sul dos Estados Unidos. No Brasil, a região mais atingida é a Sudeste, que concentra cerca de 75% dos casos.A febre hemorrágica costuma ser fatal em 5% dos casos. As epidemias causadas pelos quatro tipos de sorotipos da dengue têm se tornado cada vez mais freqüentes e maiores nos últimos 20 anos. Desde 2002, a dengue é endêmica, ou seja, constante, na maioria dos países tropicais do Pacífico Sul, Ásia, Caribe, América e África. Além disso, na maioria dos centros urbanos destas regiões houve uma multiplicação dos tipos de vírus da dengue em circulação (hiperendemia), o que aumentou a transmissão da dengue e o risco de se contrair a variação hemorrágica desta doença. Não é possível prever de forma acurada quais áreas específicas poderão ser atingidas pela dengue no futuro, mas é previsível que nas áreas tropicais a doença siga com um grau elevado de transmissão.
Contágio da Dengue
O dengue é causado por um vírus, que pode ser de quatro subtipos 1, 2, 3 ou 4. A infecção por um deles gera imunidade contra essa forma. Por aqui, por enquanto, só há registros das três primeiras. Mas esse vírus não é transmitido de pessoa para pessoa: o contágio se dá basicamente pela picada do mosquito Aedes aegypti. É que as fêmeas precisam de uma proteína do sangue humano para desenvolver seus ovos. Por isso, pode-se dizer que elas picam por uma questão de sobrevivência. O problema é que, em troca, deixam o vírus no corpo da vítima, que pode ter sido herdado dos pais ou obtido ao picar alguém infectado. Esses mosquitos, que têm hábitos diurnos, se proliferam em qualquer acúmulo de água limpa inclusive plantas como a bromélia. No calor, a fêmea coloca ali de 40 a 50 ovos, que dois dias depois eclodem e liberam larvas. Elas levam até dez dias para se tornarem insetos adultos.
De nada adianta trocar a água dos recipientes, pois os ovinhos conseguem sobreviver grudados às paredes. E pior: podem permanecer mais de um ano assim, até que um novo acúmulo de água permita o seu desenvolvimento!
Dengue na gravidez
Existe pouca informação publicada a respeito dos riscos da dengue para mulheres grávidas. Apesar de muitas epidemias, nenhuma má formação congênita foi verificada depois de surtos da doença. Um pequeno número de casos reportados recentemente sugere que, se a mãe estiver infectada com o vírus da dengue perto do nascimento do bebê, a criança poderá nascer infectada também ou adquirir a doença no momento do parto.
Sintomas da Dengue
A
doença é relativamente benigna já que em 95% dos casos não ameaça a vida do paciente.
Os sintomas são febre alta, dor de cabeça, dor nas juntas, nos músculos e atrás dos olhos, fraqueza, falta de apetite.Depois de três ou quatro dias podem surgir manchas vermelhas pelo corpo e coceira. Também pode haver um leve
sangramento pelo
nariz ou nas
gengivas. A grande maioria dos casos começa a melhorar em quatro ou cinco dias, recuperando-se totalmente em dez.
Mas uma pequena minoria pode apresentar um agravamento do quadro depois de três dias, ou quando a febre começa a ceder. O paciente tem uma queda de pressão, que pode estar acompanhada de dores abaixo das costelas, suores frios, tonturas e desmaios. Isso é sinal da forma mais grave, a hemorrágica. Surgem ainda sangramentos em vários órgãos e a vítima entra em estado de choque. Normalmente essa forma aparece em quem já teve dengue uma vez.
Os sintomas aparecem de forma repentina, após o período de incubação do vírus, que pode durar de 3 a 14 dias (o mais comum é que ele leve de 4 a 7 dias). São eles: febre alta, forte dor na parte da frente da cabeça, dor muscular e nas juntas.
Controle da Dengue
Não existe vacina contra a dengue. Por isso o único meio de controlar a doença é evitar a proliferação do mosquito, com as dicas conhecidas: evitar o acúmulo de água em embalagens vazias como garrafas e latas, cobrir caixas d´água, trocar a água dos vasos por terra, desobstruir calhas, cobrir o lixo, não deixar pneus a céu aberto, enfim, evitar todo e qualquer lugar que acumule água.
Em lugares com muita umidade, o uso de repelentes é recomendado. Os produtos mais eficientes. são os que contêm N,N-diethylmetatoluamide (DEET). Produtos com paracetamol são recomendados para conter a febre. Remédios à base de ácido acetilsalicílico (como aspirina) e antiinflamatórios não-esteróides devem ser evitados por conta de suas propriedades anti-coagulantes. Os pacientes infectados devem descansar e beber muito líquido. Nos casos graves, aplicações intravenosas imediatas são necessárias para manter a pressão sanguínea em níveis adequados. Os sinais vitais precisam ser monitorados com freqüência. A hipertensão arterial é uma complicação mais freqüente do que a forte hemorragia na ersão mais perigosa da doença.
Maneiras simples de prevenir
O verão costuma ser o período mais crítico para os surtos de dengue. O calor e o período de chuvas favorecem a transmissão da doença pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Principalmente nessa fase do ano, não dá para descuidar das pequenas atitudes que podem afastar de perto a doença, afinal a dengue mata.
Os principais sintomas da dengue são febre aguda que se caracteriza por um início repentino, permanecendo por cinco a sete dias. O paciente apresenta dor de cabeça intensa, dores nas articulações e dores musculares, seguidas de erupções cutâneas três a quatro dias depois. A seguir, veja como prevenir a reprodução do mosquito transmissor:
Evite o acúmulo de água em embalagens vazias como garrafas e latas. O mosquito da dengue põe seus ovos em locais com água parada. Além disso, deixar depósitos como garrafas no seu quintal pode fazer com que, em dias de chuva, a água se acumule nesses locais e o mosquito comece a se criar.
As plantinhas podem ser inimigas da sua saúde, se não houver cuidado. Evite ter plantas aquáticas. Nas plantas normais, coloque também terra nos pratinhos das plantas, para evitar que a água fique parada.
Desobstrua calhas e cubra a caixa d´água. Tais medidas não exigem uma reforma na sua casa, mas são capazes de evitar a dengue. As calhas são um perigo quase invisível, pois, quando entupidas, são um ótimo criadouro para o mosquito e que sequer podemos ver. Além disso, limpe também marquises e rebaixos de banheiros e cozinhas, para evitar o acúmulo de água.
Tenha consciência em relação ao lixo. Não despeje lixo em valas, valetas, margens de córregos e riachos, mantendo-os desobstruídos. Em casa, deixe as latas de lixo sempre bem tampadas.
Os ralos da sua casa podem representar um criadouro dos mosquitos. Nos ralos, jogue, a cada quinze dias, desinfetante nos ralos externos das edificações e, nos internos, pouco utilizados. Também evite guardar pneus velhos, que acumulam água com facilidade.